Sunday, October 31, 2010

Dia do Saci


Quem é o saci:

O Saci-Pererê é um dos personagens mais conhecidos do folclore brasileiro. Possuí até um dia em sua homenagem: 31 de outubro. Provavelmente, surgiu entre povos indígenas da região Sul do Brasil, ainda durante o período colonial (possivelmente no final do século XVIII). Nesta época, era representado por um menino indígena de cor morena e com um rabo, que vivia aprontando travessuras na floresta.

Porém, ao migrar para o norte do país, o mito e o personagem sofreram modificações ao receberem influências da cultura africana. O Saci transformou-se num jovem negro com apenas uma perna, pois, de acordo com o mito, havia perdido a outra numa luta de capoeira. Passou a ser representado usando um gorro vermelho e um cachimbo, típico da cultura africana. Até os dias atuais ele é representado desta forma.

O comportamento é a marca registrada deste personagem folclórico. Muito divertido e brincalhão, o saci passa todo tempo aprontando travessuras na matas e nas casas. Assusta viajantes, esconde objetos domésticos, emite ruídos, assusta cavalos e bois no pasto etc. Apesar das brincadeiras, não pratica atitudes com o objetivo de prejudicar alguém ou fazer o mal.

Diz o mito que ele se desloca dentro de redemoinhos de vento, e para captura-lo é necessário jogar uma peneira sobre ele. Após o feito, deve-se tirar o gorro e prender o saci dentro de uma garrafa. Somente desta forma ele irá obedecer seu “proprietário”.

Mas, de acordo com o mito, o saci não é voltado apenas para brincadeiras. Ele é um importante conhecedor das ervas da floresta, da fabricação de chás e medicamentos feitos com plantas. Ele controla e guarda os segredos e todos estes conhecimentos. Aqueles que penetram nas florestas em busca destas ervas, devem, de acordo com a mitologia, pedir sua autorização. Caso contrário, se transformará em mais uma vítima de suas travessuras.

A crença neste personagem ainda é muito forte na região interior do Brasil. Em volta das fogueiras, os mais velhos contam suas experiências com o saci aos mais novos. Através da cultura oral, o mito vai se perpetuando. Porém, o personagem chegou aos grandes centros urbanos através da literatura, da televisão e das histórias em quadrinhos.

Quem primeiro retratou o personagem, de forma brilhante na literatura infantil, foi o escritor Monteiro Lobato. Nas histórias do Sítio do Pica-Pau Amarelo, o saci aparece constantemente. Ele vive aprontando com os personagens do sítio. A lenda se espalhou por todo o Brasil quando as histórias de Monteiro Lobato ganharam as telas da televisão, transformando-se em seriado, transmitido nas décadas de 1970-80. O saci também aparece em várias momentos das histórias em quadrinhos do personagem Chico Bento, de Maurício de Souza.

Dia do Saci

Com o objetivo de diminuir a importância da comemoração do Halloween no Brasil, foi criado em caráter nacional, em 2005, o Dia do Saci ( 31 de outubro). Uma forma de valorizar mais o folclore nacional, diminuíndo a influência do cultura norte-americana em nosso país.

Fonte: http://www.suapesquisa.com/musicacultura/saci-perere.htm

Friday, October 15, 2010

Comemoração em Homenagem ao aniversário da Estátua do Cristo Redentor



Do objetivo religioso à vocação turística

Em 70 anos, estátua do Cristo Redentor se transformou em ícone da cidade do Rio de Janeiro

Alexandre Ventura

Lá de cima do Morro do Corcovado entende-se porque o Rio é chamado de Cidade Maravilhosa. Uma vista deslumbrante espera os visitantes que sobem os 220 degraus em direção ao Cristo Redentor. Um monumento que foi construído com intenções religiosas, mas que acabou se tornando um ícone turístico. Além de servir de referência e inspiração para músicos, artistas e apaixonados pela grandiosidade e beleza da estátua, "de braços abertos para a Guanabara".

A reação de quem passa pelo cartão-postal é a mesma: admiração. A portuguesa Isabela Filardo, 37, de visita pela segunda vez à cidade, faz questão de repetir o passeio ao Cristo. "É o maior símbolo do Rio, tenho sempre que vir aqui", conta. O americano Ralph Williams, 27, se surpreendeu com a vista da cidade lá de cima. "É inacreditável". O paulista Marcello Lara, 24, fez coro: "Não imaginava que fosse tão alto, e que desse para ver a cidade inteira lá embaixo".

O fascínio que a vista do Cristo Redentor exerce em cariocas, brasileiros e estrangeiros começou no século VXI, quando os portugueses batizaram o morro de Pináculo da Tentação, um século depois rebatizado de Corcovado. Mas foi em 1859 que surgiu a idéia de construir uma estátua no local; o padre Pedro Maria Boss chegou ao Rio, se deparou com a beleza da vista do Corcovado e pediu recursos à Princesa Isabel para erguer um momumento religioso. Tudo bem de acordo com a moral católica do estado monárquico que éramos. Mas a "redentora" não abriu a mão, veio a República separando a Igreja do Estado, e o nascimento da estátua teve que ser adiado por mais uns anos.

A idéia da construção do monumento voltou à tona em 1921, para marcar a comemoração do Centenário da Independência do Brasil no ano seguinte. Era a oportunidade da Igreja firmar a causa do catolicismo no País. A intenção era fazer um monumento, em bronze, representando Jesus Cristo abençoando o Brasil, do alto do Pão de Açúcar. Reuniu-se a primeira assembléia destinada a discutir o projeto e o local para a edificação do monumento, e com ela surgiu também a primeira dúvida: disputavam o Corcovado, o Pão de Açúcar e o Morro de Santo Antônio. Venceu a opção pelo Corcovado, o maior dos pedestais. A pedra fundamental da construção do monumento foi lançada no dia 4 de abril de 1922. Quatro anos depois, as obras seriam iniciadas.

Através de um concurso, o engenheiro Heitor da Silva Costa (foto) tornou-se o responsável pelo projeto de construção do monumento. Para executar a maquete definitiva da estátua e estudar problemas de construção e de base, Heitor vai para a Europa, onde escolhe o arquiteto Paul Landowsky para desenvolver o projeto. Foi organizada, então, a Semana do Monumento - uma campanha para recolher contribuições dos católicos. As doações, no entanto, demoraram a chegar. O Cristo Redentor levaria quase cinco anos para ser concluído. O motivo de tanta demora? Somente entre os anos de 1924 e 1927 várias maquetes aperfeiçoaram o modelo inicial do monumento.

Em 1928, uma comissão de técnicos examinou estudos, projetos e orçamentos. A armação metálica foi substituída por uma estrutura de cimento armado, e a imagem assumiu a forma de uma cruz. Vários materiais foram cogitados para o revestimento da estátua, mas por fim foi escolhida a pedra-sabão, que embora seja seja um material fraco é extremamente resistente ao tempo e não deforma nem racha com as variações de temperatura.

Em 1931 não se falava outra coisa na cidade. A chegada e a montagem da estátua do Cristo Redentor e os preparativos para a inauguração do monumento são os assuntos preferidos dos cariocas. Durante toda a construção do cartão postal, de meados de 1926 a outubro de 1931, o Trem do Corcovado foi o responsável pelo transporte das peças e dos funcionários que trabalharam na obra. E chega o momento: o monumento do Cristo Redentor foi inaugurado no dia 12 de outubro de 1931, no alto do Morro do Corcovado.

O evento de inauguração (foto) teve a presença do cardeal Dom Sebastião Leme, do chefe do Governo Provisório, Getúlio Vargas, e de todo o seu ministério. Por iniciativa do jornalista Assis Chateaubriand, o cientista italiano Guglielmo Marconi foi convidado a inaugurar a iluminação do monumento, a partir de seu iate Electra, fundeado na Baía de Nápoles, na Itália. Emitido do iate, o sinal elétrico seria captado por uma estação receptora instalada em Dorchester, na Inglaterra, e retransmitido para uma antena em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, de onde seriam acesas as luzes do Corcovado. No entanto, o mau tempo no dia prejudicou a transmissão e o monumento foi iluminado diretamente do Rio de Janeiro. Nada que tirasse o brilho da ocasião.

O ato de consagração do monumento realizado por Dom Sebastião Leme deixou bem claro os objetivos da estátua: evangelização e retomada do poder da Igreja no Estado Republicano. "(...) esta sagrada imagem seja o símbolo do vosso domínio, do vosso amparo, da vossa predileção, da vossa benção que paira sobre o Brasil e sobre os brasileiros (...)". Mas, com o passar dos anos, a estátua transcende o simbolismo religioso para se tornar um ícone da cidade. Católicos ou não, todos se rendem à grandiosidade da obra que reverencia o Rio de Janeiro e é por ele reverenciado.

Fonte: http://odia.terra.com.br/especial/outros/cristo70/historia.htm