Monday, March 1, 2010

445 anos de amor, ódio e esperança


RIO, DE CORAÇÃO

Quando te olho, Rio, esqueço-me de quem sou
E admiro tua paisagem forte,
De pesos e nuances tantas
Que o fôlego adquire um ar de nobre.
E esses teus mares, montanhas e céu invejáveis,
Tua Baixada e tua Zona Sul,
De tropeços tão únicos,
Que fazem de ti a desarmoniosa escultura
De um palco alvissareiro e elegante,
Que se estampa nas prateleiras
E esconde teus quintais.

Quando te olho, Rio, orgulho-me de tua acolhida.
E dentro deste peito uma coisa cresce certa,
Tal qual um assombro de ternura e vaidade.
Quando denuncias, de braços abertos,
Que és casa de boa conduta, tomada em doce canção,
E percorro tuas Linhas, sejam Amarelas, Verdes ou Vermelhas,
Que trazem aos visitantes a realidade das favelas.
Estas mesmas que decoram teus morros
E que, à noite, transformam-se em aquarelas luminosas.
E lá, do outro lado, por onde escorrem as Serras,
Não escondes as maravilhas que a ti pertencem Quando te olho, Rio, retrocedo em muitas infâncias
E enriqueço-me com tuas glórias e louvores
Que traçaram muitos rumos escutando teus lamentos
De Zona Oeste e Zona Norte, que complementam o labirinto
De onde muitos desconhecem valores ímpares
Da carioquice resguardada em velados preconceitos
De sua ruas, travessas, avenidas e estradas
Lagoas, riachos, florestas e toda a gente carioca
E nasce a pergunta que explode em tantos gritos:
"Quem pode te olhar com desdém,
Quando dois braços abertos
São os convites à elegância de tuas formas?"

Quando te olho, Rio, esqueço-me de quem sou...

Autora: Márcia Ribeiro

Por André Delacerda

Estava tentando imaginar, fazendo uma volta no tempo, tentando me inspirar nas gravuras, rabiscos, mapas de época que povoam os museus lusitanos, e daqui. Tentando sentir o momento da descoberta vivido pelo navegador Gaspar de Lemos no dia 1º de janeiro 1502, ao encontrar montanhas esplendoras, uma floresta densa e verdejante, uma enorme baía de águas cristalinas, abraçada e emoldurada por grandes monolitos. Baía esta, que de tão grande foi confudida pelo navegador, que acreditar ser ali um rio, fato que o inspirou a batizar a então terra descoberta, como Rio de Janeiro.

De lá para cá, se passaram 445 anos de uma história rica com: corajosos homens que desbravaram estas terras cariocas; expedições que imortalizaram desde aquela época as paisagens que fascinam até hoje, a gente daqui e de todo o mundo. Foram inúmeras invasões; batalhas pela posse da terra com estrangeiros e índios; o enforcamento do herói inconfidente Tiradentes; o acolhimento da Família Real, então em fuga de Portugal por causa de Napoleão; a transformação da província em sede do Império Português.

E os momentos marcantes que essa cidade viveu, que estão nas páginas da história e da vida dos brasileiros, não param por ai, somam-se ainda: a tão esperada Abolição da Escravatura; a Proclamação da República; a Era Vargas, que culmina com seu suicídio no Catete; o apogeu e adeus a mais carioca das portuguesas, a imortal Carmem Miranda; a eleição de JK, que daria início, há certamente um dos fatos que marcou e ainda marca esta cidade, inclusive com sequelas, a transferência da Capital Federal, do litoral para o Centro-Oeste.

O Rio ainda viveu e foi palco da luta popular e política contra a Ditadura Militar; vibrou com os grandes comícios das Diretas Já; e viu o país se redemocratizar.

O Rio viveu momentos mágicos na cultura que imortalizaram a cidade e seu modo de ser através dos contos de Machado de Assis; da poesia de Noel; da música de Cartola e Pixinguinha; do balanço da Tropicália; e do marcante nascimento da Bossa Nova, com a palavra os mestres Tom e Vinícius.

O Rio não é só carnaval, não é só futebol, é mais que tudo isso.

É muito além, de ser uma das mais famosas esquinas do mundo. É uma grande coxa de retalhos de vários brasis. Uma mistura de gente de todos os cantos, que se mistura com a mais pura e inteligente criação da natureza.

O Rio é como seu maior símbolo.

Está de braços abertos para acolher a todos, convidando-os para juntos contemplar essa “Maravilha de Cenário”, como já dizia os versos do sambista Silas de Oliveira.

Parabéns a querida Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.

Simplesmente Rio…

Fonte:

http://diariodorio.com/um-rio-de-445-anos-de-histria/

http://www.almacarioca.com.br/historia.htm

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